A luz da vida, dá vida

Ontem foi um dia ruim, dormi mal e acordei com a cabeça pesada, com um tédio mortal da vida. Fiquei pensando ao abrir meus olhos se hoje também seria um dia ruim, se eu choraria de novo por não ter você comigo, ou se eu ficaria em casa com os braços cruzados esperando seu telefonema. Aliás, isso é tudo o que eu tenho vivido ultimamente. Estar sem você, chorando por não ter você.
Quando olhei para o lado, vi que minhas cortinas estavam fechadas e demorei para ter forças quando resolvi me levantar. Pensei em ficar deitada mesmo, ficar embaixo das minhas cobertas como fizera sempre desde que você se foi. Aquele era o meu refúgio, era onde ninguém podia me encomodar, era a minha concha, era meu esconderijo. Eu estava fechada para a vida, desde que você roubou ela de mim.
Finalmente tinha conseguido me levantar. Meus músculos doíam, minhas pernas demoravam para responder os comandos do meu cérebro, e meu coração estava machucado. Mas ainda sim, tive curiosidade em abrir aquela cortina, alguma coisa me dizia que eu deveria fazer isto.
Cheguei na frente dela, pensei um pouco e finalmente a abri. Quando o fiz, só consegui fechar meus olhos, pois a luz forte do sol que iluminava o dia me cegou. Demorou um tempo até que eles se acostumassem com aquilo que eu nunca mais tinha visto, com aquilo que eu precisava.
E quando minha visão foi recuperada pude perceber que apesar de todo o sofrimento que eu já tinha passado, havia algo com o que eu poderia sorrir. Algo que me traria felicidade e não me pediria nada em troca. A luz que entrou pelo meu quarto me mostrou que eu ainda estava viva, e que não há tempo a perder. Pois chorar por aquilo que me magoa não vale á pena. E viver a minha vida é o absoluto pra mim. Para sempre.

Inspirado nos blogs que eu li ultimamente.